Ciências Sociais
Características primordiais epistemológicas da dominação social que fundamentou estruturalmente a desigualdade social Brasileira
Área de estudo: Faculdade Focus
Tags: Dominação social, Desigualdade social, Privilégios sociais, Racismo estrutural,
Data da publicação: 17/05/2022
Autor: Leandro Barros Ribeiro
Orientador: Lucas Paulo Orlando de Oliveira
Em todas as sociedades humanas existiram e existem formas de dominação e exploração de determinados grupos sobre outros. Neste cenário, a formação de ideias é muito importante para legitimar todas as formas de dominação existentes. As classes dominantes, elites detentoras do poder econômico e político, como grupos privilegiados que são, realizam estratégias propositais para que desse modo possam criar, reproduzir e legitimar sua dominação social sobre os demais indivíduos da sociedade. Para que um determinado grupo social possa ser explorado, este precisa ser convencido da sua inferioridade em relação aos grupos dominantes. Neste propósito, um corpo de ideias é criado para permear a sociedade como um todo, visando inocular nas pessoas esta noção de inferioridade. Os grupos sociais privilegiados atuam ativamente e eficientemente contra a articulação e contra a defesa política consciente das grandes massas excluídas, fazendo uso, para tal, de seu monopólio privado dos meios de informação e de difusão do conhecimento. Procurou-se, através de revisão de literatura pautada nas publicações que tiveram como foco de atenção o tema da dominação social, fundamentar, epistemologicamente, a origem da criação de estruturas de vulnerabilidade e de desigualdade social, que foram efetivamente aplicadas no Brasil. Constatou-se que a ideologia utilizada como instrumento de dominação social é fortemente originada na criação e manutenção da divisão da sociedade brasileira em castas (classes) distintas, contraditórias e em permanente luta. Através da manutenção, por parte das elites do poder, de uma socialização familiar e escolar imensamente prejudicadas e precarizadas na classe dos trabalhadores e na classe dos marginalizados e excluídos, vai ocorrendo a reprodução, nestas classes, de vários privilégios negativos, de geração a geração. Conclui-se que para concretizar seus objetivos de dominação, as classes dominantes brasileiras não titubeiam em utilizar da violência extrema, da manipulação da religião, de dificultar ao máximo a ascensão social dos indivíduos pertencentes às classes populares e de incentivar e fazer uso cotidiano do racismo estrutural como base das relações de exploração social, aprendidas como instrução social e transmitidas eficientemente no processo de socialização, desde a infância.